“Devo gritar ou devo deixar passar?” Se você tem uma criança agitada em casa, esse dilema provavelmente esgota sua energia diária. Você tenta ser firme, mas é visto como autoritário. Você tenta ser flexível, e a casa vira um caos. A verdade é que a “criança agitada” é, muitas vezes, uma criança que se sente insegura, e essa agitação é um pedido de socorro. Ela está testando o mundo para saber até onde pode ir. Encontrar o ponto de equilíbrio e aplicar limites para crianças agitadas não é sobre controle, é sobre dar segurança.
O Fracasso dos Extremos: Autoritário vs. Permissivo
Na busca por controle, os pais caem em duas armadilhas que pioram a agitação:
- O Autoritário (Excesso de Limites Rígidos): Baseia-se no medo. “Faça porque eu mandei!”. Pode funcionar a curto prazo, mas não ensina a criança a se regular. Ela obedece por medo, não por entendimento. Isso gera rebeldia futura ou ansiedade.
- O Permissivo (Excesso de Flexibilidade): Baseia-se na culpa ou no cansaço. “Ah, deixa, ele é só uma criança”. A criança que não tem limites não se sente livre; ela se sente perdida e ansiosa. A agitação aumenta, pois ela “grita” cada vez mais alto em busca de alguém que coloque a cerca.
O Equilíbrio: A Autoridade Firme E Gentil
O ponto de equilíbrio não é 50% autoritário e 50% flexível. É uma terceira via: a autoridade positiva.
Autoridade positiva é ser Firme E Gentil ao mesmo tempo.
- Gentil com a criança (validando o sentimento: “Eu sei que você está frustrado”).
- Firme com o comportamento (mantendo o limite: “Mas não vamos jogar o brinquedo no chão”).
Uma criança agitada se acalma quando percebe que seus sentimentos são bem-vindos, mas que as regras são claras e previsíveis. A previsibilidade é o maior calmante para a agitação.
3 Estratégias Práticas para Aplicar Limites Hoje
1. Conexão Antes da Correção: Não tente impor um limite no auge da tempestade. Primeiro, conecte-se. Abaixe-se na altura da criança, valide o sentimento (“Eu vi que você ficou muito bravo!”). Só depois que ela se sentir vista, aplique a correção (“Mas bater não pode. Vamos resolver de outro jeito”).
2. Menos “Não”, Mais “Sim” (Direcionamento): Crianças agitadas ouvem “Não” o dia todo (“Não corra”, “Não pule”, “Não grite”). Isso é exaustivo. Troque o “Não” pelo direcionamento: Em vez de “Não pule no sofá!”, tente “O sofá é para sentar. O chão é para pular. Quer pular no tapete?”.
3. Consequência, Não Punição: A punição é sobre fazer a criança sofrer (castigo). A consequência é sobre ensinar responsabilidade.
- Punição: “Você derramou o suco, agora está de castigo no quarto!”
- Consequência: “Você derramou o suco. Tudo bem, acontece. Pegue o pano para me ajudar a limpar.”
Quando a Agitação Precisa de Apoio Profissional
Ensinar limites é um processo. Se, mesmo tentando, a agitação do seu filho parece dominar a casa, talvez haja mais por trás. Pode ser uma dificuldade de processamento sensorial ou uma necessidade de aprender a regulação emocional (como vimos neste outro artigo).
Em nosso consultório na Chácara Santo Antônio, focado no atendimento infantil, ajudamos os pais a construir essa “cerca” firme e gentil. A terapia oferece o espaço para a criança se organizar internamente e para os pais receberem a orientação que precisam.
Cansado de viver entre o “gritar” e o “deixar passar”? O equilíbrio existe. A Orientação Parental pode fornecer as ferramentas exatas que sua família precisa para encontrar a calma. Entre em contato e vamos conversar!
