Limites ou Flexibilidade? O Ponto de Equilíbrio para Crianças Agitadas

“Devo gritar ou devo deixar passar?” Se você tem uma criança agitada em casa, esse dilema provavelmente esgota sua energia diária. Você tenta ser firme, mas é visto como autoritário. Você tenta ser flexível, e a casa vira um caos. A verdade é que a “criança agitada” é, muitas vezes, uma criança que se sente insegura, e essa agitação é um pedido de socorro. Ela está testando o mundo para saber até onde pode ir. Encontrar o ponto de equilíbrio e aplicar limites para crianças agitadas não é sobre controle, é sobre dar segurança.

A Cilada dos Extremos: Autoritário vs. Permissivo

Na busca por controle, os pais caem em duas armadilhas que pioram a agitação:

  1. O Autoritário (Excesso de Limites Rígidos): Baseia-se no medo,  na obediência e na punição. Não ensina a criança a se regular ou participar na busca de solução aos problemas, além da invalidação de seus sentimentos. Ela obedece por medo e isso gera rebeldia, insegurança, traumas e ansiedade.
  2. O Permissivo (Excesso de Flexibilidade): Baseia-se na tolerância, privilégios e dificuldade de posicionamento em orientações diante de más escolhas dos filhos. A criança que não tem limites não consegue compreender regras de convivência social, tem dificuldade para lidar com as pressões da vida, se tornando inseguros, dependentes e agitados,  prejudicando o desenvolvimento emocional. 

O Equilíbrio: A Autoridade Firme E Gentil

O ponto de equilíbrio não é 50% autoritário e 50% flexível. É uma terceira via: a autoridade positiva.

Autoridade positiva é ser Firme E Gentil ao mesmo tempo.

  • Gentil com a criança (validando o sentimento: “Eu sei que você está frustrado”).
  • Firme com o comportamento (mantendo o limite: “Mas não vamos jogar o brinquedo no chão”).

Uma criança agitada se acalma quando percebe que seus sentimentos são bem-vindos, mas que as regras são claras e previsíveis. A previsibilidade é o maior calmante para a agitação.

3 Estratégias Práticas para Aplicar Limites Hoje

1. Conexão Antes da Correção: Não tente impor um limite no auge da tempestade. Primeiro, conecte-se. Abaixe-se na altura da criança, valide o sentimento (“Eu vi que você ficou muito bravo!”). Só depois que ela se sentir vista, aplique a correção (“Mas bater não pode. Vamos resolver de outro jeito”).

2. Menos “Não”, Mais “Sim” (Direcionamento): Crianças agitadas ouvem “Não” o dia todo (“Não corra”, “Não pule”, “Não grite”). Isso é exaustivo. Troque o “Não” pelo direcionamento: Em vez de “Não pule no sofá!”, tente “O sofá é para sentar. O chão é para pular. Quer pular no tapete?”.

3. Consequência, Não Punição: A punição é sobre fazer a criança sofrer (castigo). A consequência é sobre ensinar responsabilidade.

  • Punição: “Você derramou o suco, agora está de castigo no quarto!”
  • Consequência: “Você derramou o suco. Tudo bem, acontece. Pegue o pano para me ajudar a limpar.”

Quando a Agitação Precisa de Apoio Profissional

Ensinar limites é um processo. Se, mesmo tentando, a agitação do seu filho parece dominar a casa, talvez haja mais por trás. Pode ser uma dificuldade de processamento sensorial ou uma necessidade de aprender a regulação emocional (como vimos neste outro artigo).

Em nosso consultório, especializado no atendimento infantil, ajudamos os pais a construir essa “cerca” firme e gentil. A terapia oferece o espaço para a criança se organizar internamente e para os pais receberem a orientação que precisam.

Educar é um desafio diário e você não precisa ter todas as respostas sozinho(a). O equilíbrio existe. A Orientação Parental pode fornecer as ferramentas exatas que sua família precisa para encontrar a calma. Entre em contato e vamos conversar!

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